Abradee espera menor peso na energia em 2018

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE/FORTALEZA
Data Veiculação: 20/10/17 às 02:00

IMPACTO TARIFÁRIO

Abradee espera menor peso na energia em 2018

0 consumo racional de energia elétrica é considerado hoje como um dos maiores desafios dosetor energético foto: fernanda siebra

Presidente da entidade ainda afirmou que o País não corre um novo risco de racionamento, apesar da estiagem

LEVI DE FREITAS

Repórter

Com a melhoria do cenário econômico brasileiro, a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) prevê um cenário de redução no valor da energia em 2018. Ao mesmo tempo, a associação projeta crescimento no setor, especialmente potencializado pelos trabalhos de inovação desenvolvidos em todo o País.

“A tendência é, considerando os custos de distribuição, temos um viés de baixa (nos preços da energia)”, afirmou o presidente daAbradee, Nelson Fonseca Leite. Entretanto, enfatizou, “também vai depender muito do período chuvoso”. “Se tiver muita água nos reservatórios, vamos poder parar as usinas termelétricas”, observou.

Leite ressaltou, ainda, que enxerga um cenário promissor para as distribuidoras ano que vem. “Estamos otimistas em relação a 2018 com o crescimento da economia. O desempenho do setor é muito atrelado a ela. Nos momentos de recessão, temos redução de mercado e receita. A expectativa para o próximo ano é que a economia comece a crescer (junto com o setor)”.

O presidente da Abradee garantiu que o País não corre risco de racionamento de energia, apesar da crise hídrica. “Temos usinas termelétricas que não estão operando neste momento e vão operar (se necessário). Não há risco de escassez de energia que possa levar a um racionamento”, afirmou.

Para Leite, o principal desafio do setor energético na atualidade é “fazer com que o consumo de energia elétrica seja cada vez mais racional”. Ele indicou que é preciso repensar alguns pontos importantes. “O paradigma do setor elétrico nos últimos 130 anos sempre foi ter a carga variando e ageração acompanhando. Enquanto subia a carga, subia a geração. Agora, o novo paradigma é você ter mecanismos chamados de recursos energéticos distribuídos, e um deles é poder fazer adequação da demanda à geração disponível, fazer com que a carga siga a geração. É um novo paradigma usado em vários lugares do mundo e aqui no Brasil tem que discutir esse tema”, disse.

Belo Monte

Nelson Fonseca Leite adiantou também que o sistema de transmissão de Belo Monte será antecipado para janeiro. “O Brasil tem feito um esforço grande para aumentar o número de linhas de transmissão. Hoje, praticamente todo o território brasileiro é interligado porlinhas. Ainda há algumas áreas em que se pretende ampliar a interligação, mas no momento, temos como escoar a energia de uma região para outra. Por isso no Nordeste não tem tido racionamento. A boa notícia é que estão consePRÉ-REQUISITO

“Se tiver muita água nos reservatórios, vamos poder pararas usinas termelétricas”

NELSON FONSECA LEITE

Presidenteda Abradee

guindo antecipar Belo Monte para janeiro. Isso vai permitir escoar de lá quando estiver com as oito máquinas instaladas”.

Sendi

Leite esteve, ontem, em Fortaleza, junto com o diretor presidente da Enel Distribuição, Roberto

Zanchi. Eles realizaram o lançamento da 23a edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), que pela primeira vez vem a Fortaleza, em novembro do próximo ano. O evento é realizado desde 1962 de dois em dois anos e, no Nordeste, só havia contemplado Recife e Salvador.

“Vamos discutir inovação e tecnologia, trazendo para o setor de energia uma verdadeira revolução. A incorporação dessas tecnologias traz uma série de vantagens para os consumidores e distribuidoras. E estaremos discutindo isso nesse evento, a ser realizado em novembro. Acredito que será o maior da história e um dos maiores eventos já realizados na cidade de Fortaleza”, disse Leite.

“O Sendi será o momento de discutirmos as melhorias e as inovações para o setor elétrico brasileiro, para que, em conjunto, possamos fazer um País mais moderno, com mais tecnologias inteligentes e com qualidade do fornecimento para os nossos clientes. E esperamos que a realização dele traga para Fortaleza novas oportunidades, mais eficiência, mais segurança e crescimento para o Estado”, disse o presidente da Enel Ceará.

Investimento

Zanchi afirmou que, em todo o País, a Enel investiu cerca de R$ 5 bilhões neste ano de janeiro a j ulho, mais que o dobro de quando iniciou no mercado, com R$ 2 bilhões. No Ceará, no primeiro semestre, foram aplicados R$ 294,17 milhões, aumento de 40,6% ante o ano anterior. “Já estamos quase triplicando nosso investimento. Isso porque temos a perspectiva de crescimento do mercado. O cenário é de crescimento, de olhar muito bem as oportunidades”, destacou ele.

Para 2018, ele está otimista em relação ao setor energético. “A perspectiva é de pequeno crescimento, conectado também ao pequeno crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Vamos ter um crescimento da economia e o setor da energia é o primeiro a dar uma resposta positiva nesse sentido”, avaliou.