GD pode ser vista como ameaça, avalia Abradee

Fonte: BRASIL ENERGIA ONLINE/RIO DE JANEIRO
Data Veiculação: 20/10/17 às 20:33

Na visão do presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, a geração distribuída, atualmente, pode ser vista como uma ameaça para as distribuidoras de energia elétrica. Para ele, algumas mudanças se fazem necessárias. “A geração distribuída, do jeito que ela está regulamentada hoje, é sim uma ameaça para as distribuidoras, pois quem implanta geração distribuída não paga pelo uso da rede de distribuição”, analisa Leite.

De acordo com o executivo, o correto seria o pagamento pelo uso da rede daqueles que aderem à geração distribuída. “O que precisa ser discutido e regulamentado é uma forma equilibrada de pagamento pelo uso dessa rede de distribuição. Isso é um aperfeiçoamento que está em andamento na Aneel”, disse Leite durante a cerimônia de lançamento do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), que, em 2018, será realizado pela Enel, em Fortaleza.

A difusão da geração distribuída é um processo que se confirma em escala global. Na Itália já é realidade. Até por isso, o presidente da Enel Distribuição Ceará, Roberto Zanchi, acredita que a experiência da companhia na Europa será um diferencial para o desafio do crescimento da geração distribuída no Brasil.

“É uma realidade (geração distribuída) com a qual as distribuidoras terão que lidar e enfrentar. Ter a possibilidade de fazer pilotos e buscar soluções para o problema, ou seja, essa experiência é algo que temos a nosso favor, mas todas as distribuídas terão que enfrentar isso”, comenta Roberto Zanchi, que ressalta ainda o número de 650 mil instalações com geração distribuída na Itália.

Solar

No Brasil, a geração distribuída, no caso da energia solar, é especialmente atrativa para consumidores residenciais e comerciais em Belém, Recife, Rio de Janeiro, Cuiabá e Manaus, segundo um levantamento realizado pela Comerc. A projeção é de que investimentos em sistemas de GD em unidades consumidoras da baixa tensão nessas localidades sejam recuperados em até 3,5 anos.