Reajustes são necessários para cobrir conta acumulada

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE/FORTALEZA
Data Veiculação: 13/04/18 às 03:00

JUSTIFICA ABRADEE

Reajustes são necessários para cobrir conta acumulada

Os reajustes na tarifa de energia elétrica em diversos estados do País neste ano são necessários para cobrir urna conta acumulada dos últimos anos, segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite.

“O que nós estamos pagando hoje é uma conta acumulada no passado. As distribuidoras não têm autonomia para realizar o reajuste. Acontece que a distribuidora tem que repassar o custo uma vez por ano. Ela vai acumulando isso numa conta contábil e depois repassa na tarifa”, afirmou ele. Segundo Nelson, as bandeiras tarifárias implementadas pelo governo há pouco tempo ajudaram muito a não deixar o rombo do setor acumular para os anos seguintes.

“Mas elas foram calibradas para menor e por isso o acumulado em 2017 chegou a R$ 4,8 bilhões. A partir daí começam os reajustes para pagar as correções dos custos das distribuidoras e mais estes valores acumulados, além dos encargos para pagar a indenização dos transmissores”, explicou Nelson.

Investimento

De acordo com o presidente da Abradee, o segmento de distribuição investe anualmente em torno de R$ 13 bilhões. “Deste valor, 60% são investimentos para atender a expansão da rede e novos consumidores. O restante, cerca de 40% vão para inovação e modernização da rede, implementação de redes inteligentes”, afirmou.

Venda da Eletrobras

Em relação à privatização da Eletrobras, Nelson diz que não comenta em nome da Abradee.

“Eu já fui diretor das distribuidoras da Eletrobras. A distribuidora estatal hoje tem uma série de amarras que a empresa privada não tem. A distribuidora estatal compete no mercado como um sujeito com as pernas amarradas. É uma empresa que não tem autonomia para escalar o seu time. Eu acredito que estatal vai ganhar agilidade e ganhando isso vai ser mais competitiva e consequentemente isso será repassado ao consumidor”, acrescentou o presidente.

Penduricalhos

“Só existe um lugar no mundo onde se cobra mais impostos que no Brasil, que é na Dinamarca. De cada R$ 100 R$ 45 vão para encargos e impostos. A maior parte do dinheiro que o consumidor paga vai para isso. Nós temos encargos demais e o problema é que existem muitos encargos que são para cobrir políticas públicas”, esclareceu Nelson.

Segundo ele, quando o governo propõe as políticas públicas joga os encargos para os consumidores de energia elétrica. “A questão do subsídio está na pauta de discussão”, disse o presidente da Abradee, ao comentar os penduricalhos que fizêramos

consumidores pagarem R$ 4 bilhões no ano passado, para bancar, por meio da conta de luz, uma série de programa públicos que não têm nenhuma relação com o setor elétrico.

Hackathon

Nelson esteve ontem (12) em Fortaleza no evento de lançamento do Hackathon SENDI 2018, maratona de desenvolvimento tecnológico que será realizada em novembro deste ano, na Capital. “Este evento é o maior do setor da América Latina. É realizado há mais de 50 anos e envolve um público de mais de cinco mil participantes. O enfoque dele é a questão da inovação com a questão da mobilidade elétrica e da digitalização e as oportunidades de negócios para as distribuidoras e todos os fornecedores”, afirmou. “Este evento tem a marca da inovação em que você traz jovens para trabalhar um tempo específico, incorporando toda a comunidade acadêmica”, completou o diretor Institucional da Enel Brasil, José Nunes de Almeida Neto.